Diz a sabedoria popular que até ao lavar dos cestos é
vindima, e o jogo deste domingo é um bom exemplo disso mesmo.
A partida marcava o regresso dos famalicenses após um mês de
paragem coincidindo também com o inicio da segunda volta do campeonato.
O jogo teve duas partes distintas. Começaram melhor os da
casa, assumindo o desafio, e logo no primeiro minuto falharam de forma clamorosa
o tento inicial na partida. Os comandados de Miguel Paredes iam mandando no
jogo, com os de Nine a terem dificuldades nas transições ofensivas. Pelos vinte
minutos, o Ninense dispõe da sua primeira oportunidade de golo, com Martins a
escapar pela direita, mas ninguém a aparecer para empurrar a bola. A resposta
do Vieira não poderia ser mais letal, e na jogada seguinte, Luca marca o
primeiro tento de canto direto.
Os comandados de Hugo Santos acusaram o golo e acabariam por
sofrer o segundo volvidos dois minutos, com Luca a centrar e Moreira a aparecer
livre ao segundo poste para encostar sem dificuldade.
Os vieirenses mandavam no jogo e dispuseram mesmo de mais um
par de oportunidades para dilatar o marcador, mas o resultado manteve-se até ao
intervalo. Minutos antes, Hugo Santos fizera a primeira substituição, com
Jorginho a render Tito.
A segunda parte foi o inverso da primeira. Talvez deslumbrados
pelas facilidades do primeiro tempo, o Vieira acabou por recuar as linhas,
dando iniciativa de jogo aos visitantes, o que os fez acreditar e partir para
um grande segundo tempo, onde , em abono da verdade, só deu Ninense.
O técnico famalicense arriscou tudo na frente com Christophe
a render André , e o Ninense tomou conta das operações. Jorginho , que havia entrado ainda no
primeiro tempo, acabaria por sair lesionado , dando lugar a Jorge Fonseca.
Ambas as substituições foram apostas ganhas do treinador, já
que aos 80 minutos, Jorge Fonseca marca um grande golo de fora da area,
deixando Joao Nunes pregado na baliza dos locais. Os dez minutos finais foram de algum
nervosismo, e no minuto final após um canto batido por Martins, Christophe
antecipa-se aos homens da casa e repõe a igualdade.
Não haveria tempo para mais, e o empate acabaria por
prevalecer, fruto da alternância de domínio de jogo em ambos os tempos.
No final, ambos os técnicos estavam de acordo na analise de
jogo, sendo que Miguel Paredes lamentou-se da falta de eficacia ofensiva da sua
equipa no primeiro tempo. Já Hugo
Santos, falou de uma segunda parte de qualidade da sua equipa, onde a justiça
no marcador acabou por acontecer já nos minutos finais.
“Na primeira parte foi brilhante da nossa equipa. Estávamos a
ganhar 2-0 ao intervalo, mas o resultado justo seria 5/6 a zero fruto das
muitas oportunidades que tivemos. Foi uma equipa com muita personalidade, que
soube jogar, explorou bem as costas do adversário. Ao intervalo, o 2-0 era
injusto e pecava por escasso. No segundo tempo, mesmo tendo avisado que o Ninense não
era aquilo que se tinha visto, tivemos dificuldades e falta de personalidade. O
Ninense dominou, mas não teve muitas oportunidades.”
Miguel Paredes, treinador do Vieira
“O Ninense entrou muito mal na primeira
parte. Foi a pior primeira parte que realizei na minha carreira. O Vieira
marcou dois golos, mas podia ter marcado quatro ou cinco. Não o fez e nós
aproveitámos o facto de não terem encerrado o jogo. Ao intervalo chamámos
atenção ao que estava errado e depois crescemos. Penso que é o Ninense que dita
o que foi o jogo: primeira parte fraca, com a Vieira a mandar, mas na segunda parte
aparecemos transfigurados, com personalidade e mostramos o que é a nossa
equipa.”
Hugo Santos, treinador do Ninense
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